Animes videojogáveis: uma retrospectiva do fenómeno em Portugal e na Europa - Parte 4

Cheguei finalmente à quarta parte deste artigo, onde irei falar dos restantes animes que ainda não foram referidos nas partes anteriores e que receberam um número restrito de jogos.

Afro Samurai
Originalmente uma novela gráfica, Afro Samurai passa-se num Japão futurista alternativo que manteve a sua imagem feudal e retrata a história de Afro, um mestre da arte da espada e o portador da Bandana Número 2. O pai de Afro era o portador original da Bandana Número 1 mas, aos olhos do filho ainda pequeno, foi assassinado pelo anterior portador da Bandana Número 2 (o único que pode desafiar o Número 1), conhecido por Justice. No entanto, numa reviravolta inesperada, o portador da Bandana Número 1 torna-se também Portador das restantes 7 bandanas, excepto da 2, o que faz com que qualquer pessoa possa desafiar Afro. Numa tentativa de vingar o seu pai e enfrentar Justice, Afro irá encontrar muitos adversários que lhe tentarão retirar a Bandana Número 2.

O jogo resultante desta curiosa animação foi lançado para PS3 e Xbox 360 em 2009 e é um jogo de acção ao estilo Hack N' Slash repleto de violência e de sangue, ao estilo da série. Pelos vistos, não chegou a ser lançado no Japão -  coisa rara!




Hamtaro
Quem é que não gosta de hamsters fofinhos? Hamtaro trata-se de um manga e anime que conta as aventuras e peripécias de um hamster com o mesmo nome da série e da sua dona, acompanhado dos amigos Ham- Hams, com os quais se costuma reunir no seu clube especial de hamsters. Foi uma série popular no Japão que alcançou popularidade no mundo inteiro, incluíndo Portugal graças ao Canal Panda.

O primeiro jogo que nos chegou em 2003 foi Hamtaro: Hams Hams Unite! e trata-se de um RPG para o Game Boy Color que curiosamente recebeu notas bastante positivas pela crítica. Quem diria que um RPG inspirado na vida de um hamster daria um RPG de qualidade :). É bastante curioso que, apesar de ter sido o primeiro jogo do hamster a chegar-nos às mãos, foi também simultâneamente o último título lançado oficialmente para o Game Boy Color na Europa.

 

Seguidamente, foi a vez do Game Boy Advance receber os mimos deste hamster com mais três títulos. Hamtaro: Ham Ham Heartbreak (2003) e Hamtaro: Rainbow Rescue (2004) foram dois jogos de aventura muito curiosos. O primeiro jogo é uma sequela do anterior para o Game Boy Color (embora seja o terceiro título no Japão, por ter existido um anterior a estes dois) e o segundo teve uma tiragem muito limitada na Europa e nem sequer foi lançado nos Estados Unidos, tornando-se por isso num título raro e bastante desconhecido. Hamtaro: Ham-Ham Games (2004), tal como o título sugere, é um jogo de desporto baseado nos jogos olímpicos de Atenas.



Hi! Hamtaro Ham-Ham Challenge: Play with the Ham-Hams foi o único título de DS lançado apenas em alguns países europeus que não incluem Portugal (para variar...) e trata-se de mais um título raro deste pequeno hamster, baseado em muitos mini jogos. Hamtaro é um hamster complicado de coleccionar!



Capcom VS Tatsunoko
A Tatsunoko é uma empresa muito popular no Japão por produzir várias séries de animação desde os anos 60. Esta empresa, de nome particularmente desconhecido no resto do mund,o é no entanto responsável por trazer aos canais ocidentais muitas séries que ganharam uma notória popularidade mundial, das quais se destacam Time Bokan, Gatchaman, Macross, Robotech, Samurai Pizza Cats, Kashi no Ki Mokku, Robin Hood no Daiboken, Generator Gawl, Casshan, Cinderela Monogatari, entre muitos outros. Deu ainda apoio na elaboração de animes e outras séries de animação extremamente populares em Portugal como Neon Genesis Evangelion, South Park, Beyblade: Metal Fusion e Speed Racer.

Para muitos que desconhecem o nome Tatsunoko, ficam então a saber que em Portugal passaram diversas séries animação muito populares produzidos por esta empresa. Robin Hood no Bouken foi uma delas, a tal série que começava com uma desafinada introdução cantada em português com a letra de refrão "É o Robin nós chamamos-lhe assim". Cinderella Monogatari, conhecida cá como As Novas Aventuras da Cinderela também passou em Portugal e provavelmente poucas serão as pessoas que se lembram dela. As aventura de Pinóquio, cujo título original japonês era Kashi no Ki Mokku, teve a mesma sorte de alcançar as nossas televisões. Generator Gawl tornou-se popular mais tarde graças à SIC Radical.

Curiosamente, a mais popular série da Tatsunoko foi transmitida nos 80 e 90 em Portugal. O seu nome original japonês era Gatchaman, mas nos Estados Unidos o título foi traduzido para G-Force, e foi com esse título que chegou, pela primeira vez, aos canais portugueses. Mais tarde, a série tornou a passar na nossa TV, desta vez traduzida para Esquadrão Águia. A título de opinião pessoal, era  uma das melhores séries do seu género em paralelo com o Saber Rider and the Star Sheriffs (Bismarck) - se bem que, naquela altura, era quase impossível indicar as melhores séries, tal era a elevada qualidade de tantas que passaram na nossa televisão. 

Os bons tempos... Enfim, continuando...

O jogo lançado em exclusivo para a Wii era originalmente um exclusivo japonês chamado Capcom VS Tatsunoko: Cross Generation of Heroes, resultante de uma parceria entre a Capcom e a Tatsunoko. No entanto, graças à popularidade do título e da base de fãns existente no ocidente, a Capcom acabou por decidir lançar o jogo mundialmente após fazer algumas pequenas alterações, como a introdução de mais personagens onde se destaca Zero, da série de videojogos Mega Man Zero. A introdução japonesa do jogo foi novamente adulterada pelos americanos, mantendo a melodia original cantada em inglês com rap pelo meio (tão típico dos americanos que até mete nojo...), mas felizmente a abertura japonesa está incluída como extra no jogo. O seu título foi ligeiramente alterado para Capcom VS Tatsunoko: Ultimate All Stars. 

Um título destes chegar ao território europeu é quase um milagre. O jogo reúne inúmeras personagens pertencentes a animes que nunca foram licenciados na Europa, o que é realmente impressionante. Teve até direito a um popular Arcade Stick lançado  em território europeu e produzido pela Mad Catz. 





Beyblade
Mais uma série igualmente popular que recebeu tratamento especial no ocidente. Beyblade (ou Bakuten, como é conhecido no Japão) retrata um conjunto de jovens que fazem duelos entre si recorrendo a piões sofisticados, capazes de rodar um contra o outro por tempos intermináveis (contrariando todas as leis da física) e de libertar monstros para reforçar os seus ataques especiais. A história começa com um torneio onde o personagem principal, Takao, irá derrotar os dois primeiros adversários, Rei e Kon, formandocom eles uma equipa. Os americanos, insatisfeitos por ver o personagem com nome japonês, decidiram alterá-lo  para Tyson...  

O primero jogo a ser lançado para a Playstation 1 chama-se 'Beyblade Let it Rip!'. Cá em Portugal recebemos um bundle exclusivo do jogo com oferta de um pião especial. O jogo corresponde à primeira  série orginal e foi o único desta que recebemos na Europa, já em 2003, com um ano de atraso em relação aos Estados Unidos e dois em relação ao Japão. Não é só nos videojogos que a Europa costumava ser a última a receber, pois situação semelhante ocorria também nas séries televisivas e somente quando estas ganhavam popularidade é que o restante merchandising despertava nos mercados.


Como seria de esperar, a popularidade crescente da série no público ocidental mais jovem trouxe frutos e passado muito pouco tempo, ainda no mesmo ano, era lançado para uma consola de geração diferente o segundo título. Chamado BeyBlade VForce: Super Tournament Battle, este jogo da Gamecube já era referente à segunda série, mas nem por isso a sua qualidade deste jogo se destacava da do anterior...


Seguidamente, foi a vez do Game Boy Advance receber os seus jogos de Beyblade. A portátil da Nintendo teve a honra (ou não...) de receber dois títulos. O primeiro, chamado Beyblade VForce Ultimate Leader Jam, era referente ainda à segunda série e foi lançado no final de 2003. No ano seguinte, seguiu-se Beyblade GRevolution, um jogo referente à terceira e última série da saga original. Nenhum se tornou particularmente famoso pela sua qualidade, segundo a crítica geral, mas estes dois títulos tinham a particularidade de serem um pouco diferentes das versões de consola. O primeiro é uma espécie de Marble Madness, onde teremos de guiar o pião ao longo de percursos recolhendo os itens até chegar à meta. O segundo é uma espécie de RPG que envolve batalhas muito ao estilo das que ocorrem no anime e nos jogos das consolas caseiras. Este último é o mais interessante de todos, mas ainda assim recebeu críticas pouco positivas.


Entramos então numa nova geração de séries a partir daqui, a primeira das quais chamada Beyblade Metal Fusion. 

Beyblade Metal Fusion: Counter Leone foi o novo título lançado para a Wii em que, curiosamente, não teve lançamento nos Estados Unidos. Esse país recebeu no entanto um exclusivo para a Wii no lugar deste jogo. O jogo no nosso país estava disponível também numa espécie de Box Set com oferta de um Beyblade especial.



A Nintendo DS teve também direito a dois jogos. O primeiro jogo diz respeito à primeira série da nova geração e chama-se Beyblade Metal Fusion : Cyber Pegasus. Já o segundo título da DS, lançado em 2011, é referente à segunda série da nova geração e chama-se Beyblade Metal Masters: Nightmare Rex. À semelhança de todos os títulos anteriores, nenhum recebeu nota particularmente elevada pela crítica. Tal como para a Wii, as versões existentes para Nintendo DS também foram lançadas no formato de Box Set com oferta de um pião de jogo.





Robotech
Robotech é uma popular série de animação muito ligada à aviação, passada na era futurista da exploração espacial e das invasões extra-terrestres, associada a romances e dramas afectivos entre os personagens. Produzida através uma parceria entre a Harmony Gold USA e a Tatsunoko, a primeira série nascida em 1985 deu origem a um acontecimento interessante. O título original seria Super Dimension Fortress Macross, mas foi adaptado para Robotech nos Estados Unidos pela Harmony Gold e o resultado acabou por ser o aparecimento de duas sagas de animação com origem no mesmo universo e histórias muito semelhantes, mas diferenças notórias em diveros aspectos. No ocidente, originou-se a saga Robotech, ao passo que no Japão se originou a série Macross. Os aviões provenientes destas sagas, capazes de se transformar em mechs (com uma transformação mista pelo meio) são denominados de Valkyries e tornaram-se extremamente populares. Infelizmente, nem uma nem outra saga alcançaram popularidade entre o público português.

Foram apenas lançados três títulos distintos na Europa, com a particularidade de terem saído em várias plataformas. Aliás, este é um dos poucos casos onde todos os títulos que foram lançados nos Estados Unidos também chegaram à Europa.

O primeiro dos títulos chama-se Robotech Battlecry e foi lançado para Playstation 2, Gamecube e Xbox em 2002. Trata-se de um bom jogo de acção/shooter com momentos de arcade flight simulation.



Também em 2002 chega-nos um Shm'up chamado Robotech: The Macross Saga para o Game Boy Advance, com gráficos muito interessantes e uma boa jogabilidade. Este jogo recebeu uma grande diversidade de críticas, tanto positivas como negativas.


O último videojogo lançado desta série chama-se Robotech Invasion e saiu para Playstation 2 e Xbox em 2004. Totalmente diferente de Battlecry, o jogo trata-se de um sci-fi shooter na primeira/terceira pessoa com menor relação com os mechs. Apesar da sua média/boa qualidade, este jogo tinha pela frente demasiada concorrência pesada dentro do seu género para se tornar num sucesso de vendas.




Crayon Shin Chan
Série de animação muito conhecida em Portugal capaz de agradar ao público infantil e até aos mais crescidos, caracterizada pelo aspecto deformado dos personagens, que ao início levanta suspeitas mas rapidamente acaba por atraír todas as atenções. A série de anime nasceu do manga com o mesmo nome, que conta basicamente as peripécias de um rapaz de 5 anos e da sua família e amigos. A série foi muito popular em Espanha e noutros países europeus mas os jogos nunca chegaram ao mercado português.

A falta de informação sobre os jogos deixam-me algumas dúvidas. Todos os títulos lançados na Europa foram para consolas da Nintendo. O primeiro título lançado para o Game Boy Advance chama-se Shin Chan Aventuras en Cineland, um jogo de aventuras / plataformas. O segundo título chama-se Shin Chan Contra Los Muñecos de Shock  Ghan e mantém o mesmo estilo de jogabilidade do jogo anterior. Teve direito a receber um pack especial com uma bolsa exclusiva. Curiosamente, na falta de mais informações sobre este jogo, tudo leva a crer que se trata de mais um exclusivo de Espanha. Estes dois títulos foram ambos lançados pela Atari. Será que todos os jogos de Chin Shan se tornaram exlcusivos apenas do nosso país vizinho?




Os títulos seguintes foram todos lançados para a Nintendo DS: Shin Chan Flipa en Colores (2007), Shin Chan Aventuras de Cine (2008) e  Shin Chan ¡Contra Los Plastas! (2009). Todos eles são traduções de jogos de aventura/plataformas existentes no Japão. Desta vez, foi a 505 Games que se encarregou do lançamento destes 3 jogos. E sim, confirma-se que aparentemente todos eles foram exlcusivos de Espanha.


Resta referir o último título, Shin Chan: Las Novas Aventuras para Wii, repleto de mini jogos de acção, aventura e desporto, também ele aparentemente exclusivo do mercado espanhol (excluíndo o Japão obviamente).


É absolutamente surpreendente que, de todos os títulos existentes no Japão a partir de 2004, apenas um título da DS não tenha recebido uma tradução para espanhol e lançamento europeu!


Digimon
Se houve uma série de animação que se pode dizer que era realmente popular em Portugal, Digimon é sem dúvida uma delas, juntamente com Pokémon e Dragon Ball. Sete jovens vão parar no mundo digital, um mundo paralelo ao nosso que existe em toda a rede da internet e das telecomunicações criadas no mundo verdadeiro. Rapidamente, estes sete jovens descobrem que são as crianças eleitas para salvar os dois mundos. É no mundo digital que vão encontrar os digimons, pequenos monstrinhos que têm a capacidade de evoluir e tornar-se maiores e mais fortes para combater as forças do mal.

Muitos foram os jogos baseados nesta série, mas por incrivel que pareça, mesmo com a sua tremenda popularidade , uma grande parte ficou-se pelo Japão. Na verdade, Digimon chegou à Europa ao mesmo tempo que uma série de anime e de jogos para o Game Boy invadiam a sociedade: Pokémon. Em grande parte dos países, a série Digimon não conseguiu superar o sucesso de Pokémon.

O primeiro título a ser lançado em Portugal e na Europa foi Digimon World para a PS1. Tratava-se de um RPG relacionado com a primeira série do anime, lançado a meio de 2001, que saiu tanto na sua versão normal como também na linha platinum no ano seguinte, sinónimo de que o jogo teve sucesso nas vendas e alcançou um número avultado de vendas. A Alemanha recebeu ainda uma edição low cost pertencente a uma linha aparentemente exclusiva daquele país.



Este jogo recebeu 4 sequelas, mas infelizmente e por motivos provavelmente obsoletos, o segundo título ficou-se pelos Estados Unidos mas não chegou à Europa. Como é que pode ser possível? O terceiro título, supostamente entitulado Digimon World 3, recebeu uma alteração ao seu nome e passou a chamar-se Digimon World 2003 na europa,  não só para coincidir com o ano em que foi lançado mas sobretudo para ocultar a ausência do segundo...


Mais tarde, no ano de 2005, saiu o último jogo desta série de RPGs para a Playstation 2. Embora o jogo tivesse sido produzido também para Xbox e Gamecube, apenas fomos brindados com a versão da consola da Sony.


Para além da saga Digimon World, existem ainda os jogos de luta que reúnem personagens das diversas séries que o anime recebeu. Foram lançadas duas versões para consolas caseiras: Digimon Rumble Arena para a Playstation 1 em 2002 e Digimon Rumble Arena 2 para a Playstation 2 em 2004. As semelhanças do estilo destes jogos com o popular Super Smash Bros. são muito evidentes.



O Game Boy Advance recebeu igualmente uma versão mais simplificada dos jogos de luta: Digimon Battle Spirit e Digimon Battle Spirit 2. Este segundo recebeu também um pack com oferta de uma bolsa e esteve disponível em algumas lojas portuguesas, apesar de ter sido essencialmente destinado ao mercado espanhol. Foram lançados em 2003 e 2004 respectivamente.




A multiplicidade de jogos de diferentes estilos que Digimon recebeu concluem-se com um jogo de corridas para o Gameboy Advance -  Digimon Racing, lançado em 2004 - e um jogo de cartas virtuais para a Playstation 1 -  Digimon Digital Card Battle, lançado em 2002.



Fate/Extra
Fate/Extra é um RPG japonês para a PSP inspirado numa visual novel e posteriores anime e manga conhecidos por Fate/stay night. Passando-se num universo alternativo à série original, o jogo permite-nos escolher entre um personagem masculino ou feminino que se encontra envolvido numa guerra de sobrevivência sem conhecer o motivo exacto. ançado para a PSP pela Ghostlight, teve inclusivé direito a receber uma ediçao de coleccionador.



Full Metal Alchemist
Anime inspirado em alquimia que adquiriu uma popularidade muito grande devido à excelente história logo desde o seu primeiro episódio. O anime conta a história de dois irmãos sobredotados em alquimia que, na tentativa de ressuscitar a mãe falecida, tentam utilizar uma técnica extremamente proibida e considerada impossível, chamada de Human Transmutation. Mas, nas leis da alquimia, para se obter uma coisa é necessário perder-se outra de igual valor. As coisas não correm como o planeado e o irmão mais velho, Edward (Ed), acaba por perder um braço e uma perna. As próteses em metal que Ed passará a usar associadas à excelência da sua arte na alquimia dão-lhe o nickname de Full Metal Alchemist. Alphonse (Al), o irmão mais novo, quase desapareceu definitivamente, perdendo o seu corpo na experiência, mas a intervenção imediata do seu irmão permitiu que a sua alma fosse salva, mas colocada numa armadura. A série distancia-se de tal ordem do manga que posteriormente foi feita uma nova série, Full Metal Alchemist Brotherhood, que segue com rigor a história original

Infelizmente não tivemos o privilégios de receber os jogos realmente bons que foram lançados nos Estados Unidos e no Japão para a Playstation 2. Apenas recebemos dois títulos. Para a Nintendo DS, foi lançado o jogo Full Metal Alchemist: Dual Sympathy, que se trata de um jogo de acção 2D bastante linear e simplista, do estilo hack & slash que, de forma muito resumida, conta a história da série. Este jogo não chegou ao mercado português.

O segundo título, para a PSP, Chama-se Full Metal Alchemist Brotherhood e trata-se de um jogo de luta com muitos ataques especiais e sequências animadas pelo meio.



Medabots
Mais uma série popular entre o público mais jovem (parte do qual já cresceu entretanto) que passou nas televisões portuguesas. E também é mais um exemplo como um videojogo no Japão inspira os criadores de séries de animação a produzir as versões animadas para a televisão. Medarot, como é conhecido no Japão, começou por ser inicialmente um jogo de Game Boy antes de se tornar numa franchise.

A série baseia-se na relação entre um conjunto de miúdos e os seus robots chamados Medabots. Os Medabots são robots inteligentes que servem os seus donos nas mais diferentes tarefas do quotidiano. A alma e inteligência destes robots é atribuida por umas medalhas que são introduzidas nos robots para os colocar em funcionamento. No entanto, sabe-se que estes robots já existiam há muito tempo numa civilização chamada Medalorians, que praticamente se extinguiu devido à sua obceção pelas guerras. Nessa época, os sobreviventes criaram as mais poderosas medalhas alguma vez feitas, conservando as memórias e os poderes dos Medabots da época, que actualmente a Medabot Corporation tenta esconder do mundo actual por ninguém saber quais as consequências da sua utilização.

Ikki, um rapaz sem dinheiro desejoso por adquirir um Medabot para participar num torneio de batalhas, aposta na compra de um modelo mais barato e desactualizado chamado Metabee. Num dia de sorte, o rapaz encontra uma medalha junto de um rio e insere-a no seu recente robot, sem saber que lhe acabara de introduzir uma medalha rara e poderosa da tal civilização já extinta. Ao utilizar a moeda no seu Metabee, apercebe-se rapidamente do seu comportamento estranho e inadequado, pensando que o seu robot está defeituoso.

Os títulos lançados na Europa sairam apenas para consolas da Nintendo. O Game Boy Advance recebeu quatro títulos no total (dois jogos diferentes, cada um deles com duas versões). Os primeiros dois títulos chamam-se Medabots: Metabee e Medabots: Rokusho, e foram lançados no final de 2002. Tratam-se de RPGs que, tal como as duas versões existentes para grande parte dos jogos principais de Pokémon, têm a mesma história e variam apenas ao nível do Metabots protagonistas (masculino ou feminino) e das medalhas disponíveis em cada jogo. São remakes do segundo jogo exclusivo no Japão lançado para o Gameboy original. Estes dois títulos foram lançados na Europa antes de chegarem aos Estados Unidos, que lançaram antes de nós os mesmos jogos que viriamos a receber no ano seguinte.



Metabots AX Metabee Ver. e Metabots AX Rokusho Ver., lançados no ano seguinte, são também duas versões do mesmo jogo, onde basicamente muda o Metabot protagonista quando se inicia o jogo. Ao contrário dos dois primeiros jogos, que são RPGS, estes tratam-se de jogos de luta em 2D.



Medabots Infinity chegou à Gamecube em 2004 e é um jogo de luta em 3D. O jogo tinha a possibilidade de se ligar a um Game Boy Advance com o jogo Medabots original através do cabo específico, permitindo desbloquear até dois personagens adicionais, um por cada uma das versões do jogo no Game Boy Advance.



Bleach
Soul Society, ou a sociedade das almas, é constituida por soldados 'shinigami' especializados em defender a terra contra as invasões dos demónios (Hollows). Ichigo, um rapaz dotado da capacidade de ver espíritos, é destacado como shinigami temporário durante uma batalha onde uma shinigami, Rukia, se encontra em dificuldades para derrotar um hollow que ameaça a cidade. Rukia empresta os seus poderes a Ichigo, que subitamente se transforma num shinigami e derrota o hollow. Rukia fica então na terra a recuperar, enquanto Ichigo provisoriamente tomará o seu lugar nos combates contra os hollows que tentam atacar a sua cidade.

Ichigo irá conhecer muitos parceiros também com capacidades especiais e encontrar os poderosos capitães que lideram o exército na Soul Society. A passo e passo irá tornar-se num dos mais poderosos shinigamis na luta contra os hollows e contra as conspirações que existem dentro da própria Soul Society. Tanto o manga como o anime são de longa duração: o manga dura há mais de uma década e a série conta já com algumas centenas de episódios.

A Nintendo parece ter sido a marca de eleição para os jogos de Bleach que sairam na Europa. Só para DS foram lançados três títulos inspirados na série. Bleach: The Blade of Fate, Bleach: Dark Sould e Bleach: The 3rd Phantom foram todos lançados para a portátil da Nintendo e estiveram disponíveis em Portugal em quantidades reduzidas, talvez pelo facto da série não ser suficientemente conhecida no momento em que foram lançados. Os dois primeiros títulos são jogos de luta, ao passo que o último se trata de um tactical RPG.



A Wii recebeu um jogo de luta que reúne vários personagens do anime e um inimigo totalmente novo, visto que o jogo corresponde a um filler em relação ao manga original. Entre os vários modos de jogos disponíveis, destaca-se o Episode Mode onde nos é revelada a história que se passa no jogo.

 

Bleach: Soul Resusrección foi o último título da série até ao momento a chegar à Europa, e também o primeiro a sair para um sistema não fabricado pela Nintendo. É um jogo de luta, com relatos de história e sequencias animadas com visuais de grande qualidade, tal como grande parte dos jogos do género inspirados em anime. O estilo de combate relembra muito bem outros jogos como One Piece ou Naruto.


Mazinger Z
Mazinger Z é uma série antiga e muito popular no Japão que se foca em robots com um design muito particular. Nunca foi muito popular em grande parte do mundo, mas no entanto o robot chegou a invadir algumas lojas europeias e inclusivé existiram figuras diversas à venda em certos locais no nosso mercado. A Mega Drive recebeu um jogo inspirado num spin-off desta série que teve direito a Manga, chamado MazinSaga, onde os robots têm um design mais orgânico e menos tecnológico. Trata-se de um jogo de luta com o título Mazin Wars e é conhecido no Japão por Mazin Saga: Mutant Fighter. Foi lançado na Europa em 1993.



A quarta parte de jogos inspirados em anime fica assim terminada. Penso não ter deixado escapar nenhum jogo, mas devido à 'pequena grande' quantidade de títulos existentes (poucos quando comparados com os Estados Unidos e sobretudo Japão, obviamente) é possível que haja alguma série ou jogo que me tenham escapado.

Sim, eu sei perfeitamente que ainda não falei de séries importantíssimas como Yu Gi Oh, Naruto, Dragon Ball e Pokémon, mas estas séries detém uma quantidade muito significativa de jogos diferentes e seria impossível tratá-las da mesma forma que as restantes, que receberam um número de jogos reduzido. Irei por isso elaborar artigos especiais, cada um dedicado a uma dessas quatro séries, e ainda um artigo complementar para finalizar.

Como esta será a última parte antes de passar para os artigos especiais dedicados apenas a uma série, agradecia a todos os que acompanharam até agora as várias partes deste artigo que me indicassem se me esqueci de incluir algum jogo ou de alguma série, caso conheçam algo que eu não tenha incluído - sem contar, obviamente, com aquelas quatro séries que vão ser seguidamente tratadas. Desde já agradeço a colaboração.

Pedro Dias

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Author: Pedro Dias
Coleccionador 'hardcore' e aficcionado por videojogos :)

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